O destino da Nokia


Uma vez a queridinha da indústria móvel, a fabricante finlandesa Nokia está à deriva. A companhia perdeu o posto mais alto do pódio como maior fabricante de smarts para a Apple, produzindo 16,7 milhões de smartphones, em comparação aos 20,3 milhões da empresa de Cupertino.
Enquanto a Nokia ainda é líder perante todas as outras empresas em relação ao número total de aparelhos vendidos, isso mostra como ela se perdeu no meio do caminho. A mudança do Symbian, sistema operacional da empresa, para o Windows Phone, desenvolvido pela Microsoft, está definitivamente causando problemas.
O fato é que, enquanto a Nokia corre contra o tempo para emplacar seu primeiro Windows Phone (com codenome Sea Ray) no mercado, o resto dos negócios da empresa nesse setor está sofrendo. As remessas de smartphones caíram mais de um terço ano após ano, enquanto outras fabricantes estão enxergando aumentos.
Basta observar os dados recentes para provar que, quanto mais a empresa finlandesa esperar, maior será o prejuízo. A Nielsen disse que uma pesquisa feita pela empresa no último mês mostra que smartphones são hoje a maior parcela de celulares vendidos nos EUA. Claramente, a Nokia precisa fazer essa transição rapidamente ou vai perder o trem.
Joe Wilcox, do site Betanews, argumenta que a própria decisão está causando problemas demais. “A Nokia irá perder consumidores e mercado. É uma consequência inevitável, em resultado de uma troca massiva de sistema operacional; o timing é horrível” escreveu. “A Nokia teria se saído muito melhor corrigindo seus problemas internos ao invés de entregá-los à Microsoft”. O jornalista Kevin Tofel, da GigaOm’s, não vê um cenário tão diferente. “Nunca é bom ver um líder mundial chegar a um status de ‘era líder mundial’, especialmente com todas as inovações que a Nokia trouxe para muitas pessoas ao redor do mundo” avaliou.

Em outras palavras, a Nokia precisa acelerar suas jogadas. Não penso que a parceria com a Microsoft tenha sido uma má ideia completa, porém a maneira como foi feita – aparentemente sem muito trabalho, ou um plano de transição – parece ter custado caro à companhia.
A culpa deve cair sobre os ombros do CEO Stephen Elop. Talvez ele estivesse muito impaciente para firmar as relações com a Microsoft (empresa para qual já trabalhou) sem entender completamente que uma transição deste tamanho deveria demorar certo tempo e poderia danificar a companhia como um todo. Somente o tempo irá dizer se esse movimento dele e da Nokia foi inteligente – ou não.

Fonte: PC World (EUA)

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